quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

1 de Janeiro - Dia Mundial da Paz

O significado da paz

Era uma vez um rei que ofereceu um avultado prémio ao artista que pintasse o quadro que melhor representasse a paz. Muitos foram os artistas que tentaram e enviaram o seu quadro. Depois de olhar demoradamente para todos os quadros, o rei disse que gostava de dois deles e que teria de escolher entre ambos.
Um quadro retratava um lago sereno. O lago era um espelho perfeito das altas e pacíficas montanhas à sua volta, encimado por um céu azul com nuvens brancas como algodão. Todos os que viram este quadro acharam que ele retratava na perfeição a paz. A paz era aquilo!

No outro quadro também se viam montanhas. Mas eram montanhas escarpadas e calvas.
Sobre elas, havia um céu ameaçador do qual caía chuva, e no qual brincavam relâmpagos. Da encosta da montanha caía uma forte cachoeira que não parecia nada pacífica. Mas, ao lado da cachoeira, o rei viu um pequeno arbusto crescendo numa fenda da rocha. No arbusto, um pássaro havia feito o seu ninho. Ali, no meio da turbulência da água feroz, instalara o seu ninho.

Qual dos quadros terá ganho o prémio?

O rei escolheu o segundo. E porquê? Porque “ Paz não significa estar onde não há problemas, onde não há barulho, onde não há trabalho, onde não há dureza. Paz significa estar no meio de tudo isso e ainda assim estar calmo no seu coração. É esse o significado real da paz.”

Sejamos também nós capazes de ter o nosso coração em paz!

1 comentário:

Margarida Portugal disse...

Não existe um caminho para a paz; a paz é o caminho. A humanidade não pode libertar-se da violência senão por meio da não-violência. (Mahatma Gandhi)

Discordo daquilo que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de o dizeres. (Voltaire)

A paz vem de dentro de ti próprio, não a procures à tua volta. (Buda)

O fruto da fé é o amor. O fruto do amor é o serviço. O fruto do serviço é a Paz. (Madre Teresa de Calcutá)

Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. (Jesus Cristo)


As quatro colunas da paz
Espírito clarividente que era, João XXIII identificou como condições essenciais da paz quatro exigências concretas da alma humana: a verdade, a justiça, o amor e a liberdade. A verdade, dizia ele, será fundamento da paz, se cada indivíduo honestamente tomar consciência não só dos próprios direitos, mas também dos seus deveres para com os outros. A justiça edificará a paz, se cada um respeitar concretamente os direitos alheios e se esforçar por cumprir plenamente os próprios deveres para com os demais. O amor será fermento de paz, se as pessoas sentirem como próprias as necessidades dos outros e partilharem com eles o que possuem, a começar pelos valores do espírito. Finalmente a liberdade alimentará e fará frutificar a paz, se os indivíduos, na escolha dos meios para alcançá-la, seguirem a razão e assumirem corajosamente a responsabilidade dos próprios actos. (Da mensagem do Papa João Paulo II para o Dia Mundial da Paz - 2003)


O valor supremo da paz
Fazemos a guerra sem cessar, um povo bate-se contra outro povo, um reino contra outro reino, uma cidade contra outra cidade, um príncipe contra outro príncipe, uma raça contra outra raça, e o amigo contra o amigo, o parente contra o parente. Por fim — o que eu não tenho dúvidas em considerar como muito mais horrível do que tudo isto —, o cristão faz guerra a seres humanos.
E ninguém se espanta com isto, ninguém o desaprova! Há quem aplauda, quem elogie, quem chame santa a uma actividade mais que infernal e quem estimule os príncipes, já de si endoidecidos, deitando azeite no fogo.
Que coisa existe na natureza mais doce ou melhor que a amizade? Nenhuma, seguramente. E todavia, que outra coisa é a paz, senão a amizade de muitos entre si? Do mesmo modo que, inversamente, a guerra mais não é do que o rancor de um grande número.
A paz é a fonte de tudo quanto há de bom. A guerra, rapidamente e de modo definitivo, destrói, aniquila e suprime tudo quanto é alegre, tudo quanto é belo. Em tempo de paz cultivam-se os campos, edificam-se cidades; a riqueza cresce, os contentamentos florescem, a solidariedade humana avulta. Porém, assim que sobrevém a furiosa tempestade da guerra, santo Deus!, como é imensa a maré dos males que ocupa, inunda e destrói todas as coisas!
A guerra talvez se pudesse tolerar, se as guerras nos fizessem somente infelizes, e não de igual modo maus; se a paz nos tornasse apenas mais felizes, e não igualmente melhores.
A um só preceito Cristo chamou seu, o do amor. Que há de mais oposto a este que a guerra? Cristo saúda os seus com o benévolo voto de paz. Aos discípulos, para além da paz, nada deixou. Não ouves senão paz, senão amizade, senão concórdia.
Examina toda a doutrina de Cristo: em nenhuma parte encontrarás coisa alguma que não respire paz, não tenha o gosto do amor. E porque sabia que a paz não pode subsistir a menos que se desprezem aquelas coisas pelas quais este mundo combate, mandou que dele aprendêssemos a ser mansos, proibiu que se fizesse frente aos maus. Em resumo, do mesmo modo que toda a sua doutrina ordena a tolerância e o amor, assim a sua vida inteira não ensina outra coisa senão a mansidão. (Excertos adaptados de Erasmo de Roterdão. A Guerra)


O valor dos pequenos – grandes – gestos
Era uma vez uma vírgula aborrecida com a pouca consideração em que toda a gente a tinha. Nem sequer as crianças das escolas lhe davam importância.
Não gostava nada de ser apenas um pequeno sinal que se põe na escrita mas não se lê.
Um dia, cansada desta falta de apreço, a vírgula decidiu revoltar-se. E fê-lo da seguinte maneira: O presidente de uma grande nação escrevera nesses dias uma comunicação a um outro presidente de um grande país guerreiro, mandando a seguinte mensagem: «Paz não, vamos lançar os mísseis».
A vírgula, para mostrar que tinha importância, antes da mensagem chegar ao destinatário, mudou de sítio. E então a mensagem ficou assim: «Paz, não vamos lançar mísseis».
Dando um pequeno salto, recuou uma palavra mudando de um sítio para o outro. A mudança modificou por completo o sentido da mensagem.
O presidente adversário, ao ler a mensagem, percebeu que era o momento de fazer a paz.
E assim, por causa de uma vírgula, a paz foi possível. (Autor desconhecido)

A satisfação produzida pela vingança é de curta duração e, mais do que sarar a ferida do ofendido, contribui apenas para a crispar e para criar violência.
O perdão é um acto criativo que transforma os indivíduos de prisioneiros do passado em pessoas que ficam em paz com as memórias do passado. (Annalisa Giulanini. A Capacidade de perdoar)




Oração de S. Francisco
Senhor, Faz de mim um instrumento da tua paz:
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre:
Faz que eu procure mais;
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando, que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
e é morrendo, que se vive para a vida eterna.
(S. Francisco de Assis)