sábado, 27 de junho de 2009

Férias a ler dá saúde e faz crescer

As Mais Belas Histórias, uma selecção de contos de Rubem Alves, autor brasileiro, traz-nos oito histórias cheias de ternura e sabedoria que recriam um mundo maravilhoso onde a capacidade de sonhar afasta os medos e os obstáculos que os mais pequenos enfrentam a cada novo desafio.
Nas palavras do próprio Rubem Alves, "As histórias têm o poder de transfigurar o quotidiano. Elas chamam as angústias pelos nomes e dizem o medo em canções. Com isto, angústias e medos ficam mais mansos. O mundo das crianças não é tão risonho quanto se pensa. Há medos confusos, difusos, as experiências das perdas, bichos, coisas, pessoas que vão e não voltam,..."
Separação, despedida, doença, morte, solidão... são temas dolorosos, de abordagem difícil, que só as metáforas ajudam a abordar, sem contornar.

Um excerto de "A Volta do Pássaro Encantado"

A Menina pensou, então, que a ciência poderia ajudar. Procurou médicos de perto e de longe e voltou para casa carregada de pílulas e injeções cheias de alegria. Mas os milagres eram curtos e a alegria se ia tão depressa quanto chegara.
- Minha doença não é do corpo – disse o Pássaro – Ela mora na alma. Se eu não vôo, não é porque minhas asas ficaram fracas. Elas ficaram fracas porque não desejo mais voar. E quando o desejo se vai, vai-se também a alegria... E então o corpo envelhece!
A Menina, chorando, lhe perguntou:
- Mas não existe remédio para a tristeza?
- Sei que existe – disse o Pássaro. - Mas num lugar muito longe (ou será muito perto?), que não sei onde é. Mas para chegar até lá, há de se saber voar. Você já voou? – o Pássaro perguntou à Menina.
-Voar, eu? Sou uma menina, não tenho asas...
-Mas você já tem asas – ele afirmou. – E nem sequer percebeu... É que as asas das meninas, diferente das asas dos pássaros e das borboletas, não são vistas com os olhos. São invisíveis... Só podem ser vistas com os olhos da imaginação!


Para os mais crescidos...
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Profissão: Adolescente é uma colecção da autoria de Teresa Maia González que fala não de adolescentes, não para adolescentes, mas com os adolescentes.
"Dietas e Borbulhas", "A Ana passou-se", "O Tiago está a pensar", "Alguém sabe do João?", "Poetas (às vezes)", "Entre irmãs", ... são alguns dos títulos bem sugestivos desta colecção.
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Para maiores de dezasseis...
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Para Maiores de Dezasseis é um romance de Ana Saldanha que apresenta um tema delicado, polémico, mas actual: o envolvimento de uma adolescente de 15 anos com um adulto de 29 anos.

sábado, 20 de junho de 2009

Dia Mundial do Refugiado

Refugiado, segundo a ONU, é uma pessoa que se encontra fora do seu país de origem porque tem fortes probabilidades de ser objecto de abusos graves, em virtude da sua religião, etnia, raça, crença ou ideologia.

O Dia Mundial do Refugiado foi instituído em 2000 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas para reafirmar os valores dos acordos internacionais de protecção dos refugiados,
tendo como objectivo aumentar a consciência da sociedade sobre a problemática dos homens, mulheres e crianças deslocados por guerras e conflitos armados ou perseguidos por motivo de religião, nacionalidade, raça, grupo social e opinião política.

A deslocação humana representa um dos maiores problemas da actualidade. De acordo com um relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), no final de 2008, havia 42 milhões de pessoas deslocadas devido a conflitos, violência, perseguições, degradação ambiental ou desastres naturais, e este número continua a crescer.

Assim, torna-se cada vez mais essencial e urgente o comprometimento da comunidade internacional em discutir e desenvolver soluções efectivas para esta questão.

“Em 2009, já observámos novos deslocados no Paquistão, Sri Lanka e Somália”, informou o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres.


A Revolta das Frases

Prémio Revelação de Literatura Infanto-Juvenil da APE (Associação Portuguesa de Escritores)/DGLB (Direcçao Geral do Livro e das Biblotecas), é um livro sobre os desafios da língua portuguesa escrito por Maria Almira Soares e ilustrado por Sandra Serra.
Quantas vezes falamos e escrevemos sem pensar com que palavras, com que frases o estamos a fazer! Quantas vezes nem olhamos para essa coisa preciosa de que tanto nos servimos: as palavras! Será que elas pensam?!Será que elas sentem?! Será que elas ficam incomodadas quando são vítimas do nosso desleixo?! Cuidado! Que as palavras não são de ficar quietas... e um dia talvez ganhem voz própria, se revoltem e nos arrastem para uma aventura surpreendente.
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Fiquei curiosa!

sábado, 13 de junho de 2009

As mãos dos pretos

Sem razão especial, a não ser o facto de ser uma "história" que me foi contada há muitos, muitos anos atrás, e que hoje, vá lá saber-se porquê, veio até mim logo pela manhã envolta na memória e na saudade de tempos idos.
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A minha mãe é a única que deve ter razão sobre essa questão de as mãos de um preto serem mais claras do que o resto do corpo. No dia em que falámos disso, eu e ela, estava-lhe eu ainda a contar o que já sabia dessa questão e ela já estava farta de se rir. O que achei esquisito foi que ela não me dissesse logo o que pensava disso tudo, quando eu quis saber, e só tivesse respondido depois de se fartar de ver que eu não me cansava de insistir sobre a coisa, e mesmo assim a chorar, agarrada à barriga como quem não pode mais de tanto rir. O que ela me disse foi mais ou menos isto:“Deus fez os pretos porque tinha de os haver. Tinha de os haver, meu filho, Ele pensou que realmente tinha de os haver... Depois arrependeu-se de os ter feito porque os outros homens se riam deles e levavam-nos para as casas deles para os pôr a servir como escravos ou pouco mais. Mas como Ele já não os pudesse fazer ficar todos brancos porque os que já se tinham habituado a vê-los pretos reclamariam, fez com que as palmas das mãos deles ficassem exactamente como as palmas das mãos dos outros homens. E sabes porque é que foi? Claro que não sabes e não admira porque muitos e muitos não sabem. Pois olha: foi para mostrar que o que os homens fazem, é apenas obra dos homens... Que o que os homens fazem, é feito por mãos iguais, mãos de pessoas que se tiverem juízo sabem que antes de serem qualquer outra coisa são homens. Deve ter sido a pensar assim que Ele fez com que as mãos dos pretos fossem iguais às mãos dos homens que dão graças a Deus por não serem pretos”.Depois de dizer isso tudo, a minha mãe beijou-me as mãos. Quando fugi para o quintal, para jogar à bola, ia a pensar que nunca tinha visto uma pessoa a chorar tanto sem que ninguém lhe tivesse batido".
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Luís Bernardo Honwana, in Nós Matámos o Cão Tinhoso

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades

Neste 10 de Junho, a intemporalidade de Eça
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Pátria, patriotismo e patriotas
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Há em primeiro lugar o nobre patriotismo dos patriotas: esses amam a pátria, não dedicando-lhe estrofes, mas com a serenidade grave e profunda dos corações fortes. Respeitam a tradição, mas o seu esforço vai todo para a nação viva, a que em torno deles trabalha, produz, pensa e sofre: e, deixando para trás as glórias que ganhámos nas Molucas, ocupam-se da pátria contemporânea, cujo coração bate ao mesmo tempo que o seu, procurando perceber-lhe as aspirações, dirigir-lhe as forças, torná-la mais livre, mais forte, mais culta, mais sábia, mais próspera, e por todas estas nobres qualidades elevá-la entre as nações. Nada do que pertence à pátria lhes é estranho: admiram decerto Afonso Henriques, mas não ficam para todo o sempre petrificados nessa admiração: vão por entre o povo, educando-o e melhorando-o, procurando-lhe mais trabalho e organizando-lhe mais instrução, promovendo sem descanso os dois bens supremos - ciência e justiça.
Põem a pátria acima do interesse, da ambição, da gloríola; e se têm por vezes um fanatismo estreito, a sua mesma paixão diviniza-os. Tudo o que é seu o dão à pátria: sacrificam-lhe vida, trabalho, saúde, força, o melhor de si mesmo. Dão-lhe sobretudo o que as nações necessitam mais, e o que só as faz grandes: dão-lhe a verdade. A verdade em tudo, em história, em arte, em política, nos costumes. Não a adulam, não a iludem; não lhe dizem que ela é grande porque tomou Calecute, dizem-lhe que é pequena porque não tem escolas. Gritam-lhe sem cessar a verdade rude e brutal. Gritam-lhe: - «Tu és pobre, trabalha; tu és ignorante, estuda; tu és fraca, arma-te! E quando tiveres trabalhado, estudado e armado, eu, se for necessário, saberei morrer contigo!» Eis o nobre patriotismo dos patriotas.
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Eça de Queiroz, in «Notas Contemporâneas»

quarta-feira, 3 de junho de 2009

5 de Junho - Dia Mundial do Ambiente


Sabiam que ...
* os problemas ambientais são responsáveis por 25 por cento das mortes anuais no mundo?
* a poluição do ar, a contaminação da água, as alterações climáticas e os riscos químicos são responsáveis por 20 a 25 por cento das mortes no mundo?
* dessa percentagem, 40 por cento são crianças com menos de cinco anos?
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O que querem eles ser? Para onde quer ela ir?