sexta-feira, 26 de março de 2010

Dia do Livro Português

Os livros são janelas
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Vi um livro no lixo e arrepiei-me pensando que há livros que nascem mortos. Pode-se viver sem ler ? Quem não lê não entra no rio da história e quem lê é como o mar onde desaguam muitos rios. Comprar um livro é sempre como a primeira vez, como quem marca um encontro para receber uma confidência. Uma casa sem livros está desabitada, é uma pensão... Os livros são janelas. Hoje vou abrir uma delas.
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Padre Vasco Pinto de Magalhães, in "Não Há Soluções, Há Caminhos"
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O Livro Bem Escrito
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Que ridículo e mesmo estúpido dizer-se de um livro que está bem escrito. Não é «bem escrito» que está. Está é sentido originalmente, original nas observações, inteligente na reflexão. É por isso que não se pode imitar. Pode-se é ser original de outra maneira. Há realmente livros que são apenas «bem escritos». São os livros banais, com palavras trabalhadas ao torno, frases que se pretendem «despojadas», reduzidas ao «essencial», e cruas. Mas como o que nelas está não representa um sentir originário, nem uma observação imprevista, nem uma reflexão que nos surpreenda pela justeza e profundidade, o que delas resulta é uma construção pretensiosa, estéril e quase sempre irritante. Decerto um romance (como a poesia segundo Mallarmé e como creio já ter dito), faz-se com palavras. Pois com que é que havia de fazer-se? Mas antes disso faz-se com o impulso animador a essas palavras e que assim não passa bem por elas mas por entre elas, fazendo delas apenas um apoio para passar além, como o som passa pelas cordas mas existe por entre elas e é nesse som o indizível que nos emociona. O que nos fica de um livro «bem escrito» é essa emoção que já não lembra as palavras e vive por si.
Eis porque tal livro é inimitável e apenas poderá repetir-se, ou seja plagiar-se. Imitar verdadeiramente esse livro é recompor uma emoção afim e inventar outras palavras que traduzam esse sentir, ou seja que lhe sirvam de pretexto ou estratagema para que esse sentir (e pensar/sentir) se realize como a música nas cordas de um instrumento. O escritor medíocre imagina que todo o seu trabalho deve incindir no trabalhar uma frase. Ora não é a frase que tem de se trabalhar: é aquilo que há-de passar por ela. Os autores célebres que trabalharam a frase, na realidade trabalharam apenas aquilo que haviam de exprimir; testaram na frase a realização de uma expressão. O escritor medíocre dá como já adquirido o que haveria a dizer e todo o seu esforço é secar o período, burilar ou envernizar o vocábulo. E no fim de contas, este é que «escreve bem». Mas quem assim escreve bem, escreve bastante mal. Não digo rasamente que o «conteúdo» preceda a sua «expressão». Mas o que preexiste à expressão não é um puro nada. Exprimir é operar e concretizar esse algo. Mas esse algo existe. Escrever bem, como se diz, é realizar pela escrita um «bem» que aí se revela mas que está antes e depois disso em que se revela. Escreve-se bem com o espírito e a sensibilidade - não com um dicionário. Embora seja no dicionário que está toda a obra-prima. Como na pedra está toda a melhor escultura.
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Vergílio Ferreira, in "Conta-Corrente 4'"

segunda-feira, 22 de março de 2010

Dia Mundial da Água

As Nações Unidas, através da resolução A/RES/47/193, de 22 de Dezembro de 1992, declararam o dia 22 de Março de cada ano como o Dia Mundial da Água com o objectivo principal de criar um momento de reflexão, análise, consciencialização e elaboração de medidas práticas para resolver o grave problema da escassez e do desperdício de água. Aqui fica o documento então redigido por aquela organização que vem relembrar que a água é um bem essencial à manutenção da vida.

Declaração Universal dos Direitos da Água
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1. A água faz parte do património do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos.
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2. A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo o vegetal, animal ou ser humano. Sem ela, não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.
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3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimónia.
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4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e dos seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
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5. A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. A sua protecção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
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6. A água não é uma doação gratuita da natureza, ela tem um valor económico: devemos saber que ela é, por vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
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7. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, a sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas actualmente disponíveis.
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8. A utilização da água implica o respeito pela lei. A sua protecção constitui uma obrigação jurídica para todo o homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
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9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua protecção e as necessidades de ordem económica, sanitária e social.
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10. A gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso considerando a sua distribuição desigual sobre a Terra.
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A crueza da imagem diz tudo!

domingo, 21 de março de 2010

Dia Mundial da Poesia

Um Poema

Um poema
é a reza dum rosário
imaginário.
Um esquema
dorido.
Um teorema
que se contradiz.
Uma súplica.
Uma esmola.
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Dores,
vividas umas,
sonhadas outras...
(Inútil destrinçar.)
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Um poema
é a pedra duma escola
com palavras a giz
para a gente apagar ou guardar...
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Saúl Dias, in "Essência"

Dia Mundial da Floresta

Neste 21 de Março, deixo-vos as palavras de Eugénio de Andrade.
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“Eis o que tenho a pedir-vos nos meus oitenta anos: plan­tem nesse lugar um plá­tano, onde o vento enro­ladinho no sono possa dor­mir sem sobres­sal­tos; ou uma oli­veira, ou um cho­rão, e à sua roda ponham uma sebe da flor doce e musi­cal de espi­nheiro branco. Embora tenha pouca ou nenhuma fé seja no que for, a terra ficará mais habi­tá­vel. Um poema ou uma árvore podem ainda sal­var o mundo.”
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Pala­vras em Ser­rú­bia

Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

Ficou tristemente célebre o dia 21 de Março devido ao massacre de Sharpeville, em 1960, na República da África do Sul (então sob o violento sistema de apartheid), quando da selvática carga policial sobre centenas de habitantes deste bairro negro que foram mortos ou feridos exactamente por serem negros. Protestavam contra a Lei do Passe, que obrigava ao uso de um passe para poderem movimentar-se na sua própria terra.
A ONU instituiu esta data Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial em homenagem aos mártires de Sharpeville.
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Não obstante as profundas alterações registadas desde então no contexto das nações, continuam a existir formas de discriminação racial que devem ser denunciadas e combatidas.
Em pleno século XXI, não há justificação para comportamentos retrógrados que têm por base a classificação dos homens por cores ou origens.
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A Declaração Universal dos Direitos do Homem consagra:
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Artigo primeiro - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo segundo - Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.
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Por sua vez, a Convenção Internacional para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial, no âmbito da ONU refere no seu artigo primeiro que Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e/ou exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos - político, económico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública.
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O direito inalienável de qualquer ser humano a tratamento igual, deve ser preservado, como aliás refere o artigo 13º da Constituição Portuguesa - Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. Ninguém pode ser, privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão da ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social.
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Os exemplos de homens que se bateram pela igualdade racial, alguns dos quais deram a própria vida, deve servir-nos de guia para prosseguirmos os nossos esforços no sentido de que a discriminação racial, surja ela sob que forma for, seja erradicada da face da terra. Lutadores como Martin Luther King, Malcolm X, Steve Biko, Albert Schweitzer, Nelson Mandela, Amílcar Cabral, são bem o exemplo do caminho que tem de ser feito.
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Firas Chadli, uma criança africana, escreveu este poema que foi eleito pela ONU como o melhor poema de 2006.
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Quando eu nasço, sou preto
Quando eu cresço, sou preto
Quando eu fico no sol, sou preto
Quando eu tenho medo, sou preto
Quando eu estou doente, sou preto
E quando eu morro, continuo sendo preto

E você, cara branco,
Quando você nasce, você é rosa
Quando você cresce, você é branco
Quando você fica no sol, você é vermelho
Quando você fica no frio, você é azul
Quando você tem medo, você é amarelo
Quando você fica doente, você é verde
Quando você morre, você é cinza.
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E você ainda vem me chamar "de cor"???
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Firas Chadli

sexta-feira, 19 de março de 2010

Ilse Losa

Ilse Lieblich Losa nasceu na pequena aldeia de Bauer, perto de Hannover, no norte da Alemanha, a 20 de Março de 1913.
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Aos 16 anos, devido às dificuldades financeiras da família após a morte do pai, Ilse partiu então para Londres para aperfeiçoar o inglês, tomou conta de crianças e frequentou uma escola inglesa.
De regresso à Alemanha, ameaçada pela Gestapo de ser enviada para um campo de concentração devido à sua origem judaica, abandonou o seu país natal e chegou a Portugal em 1934, fixando-se na cidade do Porto, onde viria a casar com o arquitecto Arménio Taveira Losa, adquirindo a nacionalidade portuguesa.
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Em 1943, publicou o seu primeiro livro O mundo em que vivi e, desde dessa altura, dedicou a sua vida à tradução e à literatura infanto-juvenil, tendo sido galardoada em 1984 com o Grande Prémio Gulbenkian para o conjunto da sua obra dirigida às crianças.
Em 1998 recebeu o Grande Prémio de Crónica, da APE (Associação Portuguesa de Escritores) devido à sua obra A Flor do Tempo.
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Colaborou em diversos jornais e revistas, alemães e portugueses, está representada em várias antologias de autores portugueses e colaborou na organização e tradução de obras portuguesas publicadas na Alemanha. Traduziu do alemão para português alguns dos mais consagrados autores do seu país de origem.
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Faleceu a 6 de Janeiro de 2006 na cidade que a acolheu e onde viveu grande parte da sua vida.
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Algumas obras para (re)ler: O mundo em que vivi, Faísca conta a sua história, Grades brancas, Rio sem ponte, A flor azul, Ida e volta, Sob céus estranhos, Encontros no Outono, O barco afundado, Na Quinta das Cerejeiras, A visita do padrinho, Um artista chamado Duque, O Rei Rique e outras Histórias, O Senhor Pechincha e Outras Histórias.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Um Pai em Nascimento

A partir de que momento nasce um pai? Com a notícia da sua anunciada paternidade? Quando sonha pela primeira vez com o filho ou vislumbra as suas formas difusas na primeira ecografia? Ao primeiro toque ou ao primeiro choro? De que forma transforma a vida de um pai?

Mais uma obra de José Eduardo Agualusa que vem mesmo a propósito! Amanhã (sempre!) é o Dia do Pai.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Dia Mundial dos Direitos do Consumidor

Em 15 de Março de 1962, o presidente dos Estados Unidos da América, John Kennedy, instituiu o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, através de uma mensagem especial enviada ao Congresso Americano sobre a necessidade protecção dos interesses dos consumidores.
Esta mensagem levou ao reconhecimento internacional de que todos os cidadãos, independentemente da sua situação económica ou condição social, têm direitos enquanto consumidores.
Ao longo dos anos, tem vindo a ser desenvolvida a protecção jurídica do consumidor, com a multiplicação de iniciativas de regulamentação nos mais diversos países.
Portugal foi um dos primeiros países a elevar à dignidade constitucional o tema dos Direitos do Consumidor, estando a ser elaborado um projecto de Código do Consumidor.
São quatro os direitos fundamentais do consumidor:
- o Direito à Segurança (protecção contra a comercialização dos produtos perigosos à saúde e à vida;
- o Direito à Informação (os aspectos gerais da propaganda e a necessidade das informações sobre o próprio produto e sua melhor utilização passaram a ser considerados);
- o Direito à Opção (dando combate aos monopólios e considerando a concorrência e a competitividade como factores favoráveis ao consumidor.
- o Direito a ser Ouvido (tendo em consideração os interesses dos consumidores no momento em que são elaborados as políticas governamentais e os procedimentos de regulamentação.

Sites úteis para um consumidor informado:

http://www.portaldocidadao.pt/PORTAL/entidades/MEI/IC/pt/SER_direitos+do+consumidor.


sexta-feira, 5 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher

No dia 8 de Março de 1857, operárias têxteis de um fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica para reivindicar a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde entretanto se declarara um incêndio. Cerca de 130 mulheres morreram queimadas.

Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia internacional da Mulher". Desde então, o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.

Com este dia, pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que continuam a ser impostos à mulher.

Aqui ficam algumas sugestões de leitura sobre a Mulher.
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- O Livro Negro da Condição das Mulheres, de Christine Ockrent
- Jardim de Mulheres, de Aminatta Forna
- A Mulher do Sari Cor-de-Rosa, de Anne Berthod, Sampat Pal
- De Mulher para Mulher
Cartas trocadas entre grandes mulheres da história, de Mónica Campos
-Precious
A Força de uma Mulher, de Sapphire
- No País das Mulheres Invisíveis, de Qanta A. Ahmed
- Mulheres Navegantes no Tempo de Vasco da Gama, de Fina D’ Armada
- Resistência
A História de Uma Mulher que Desafiou Hitler, de Agnes Humbert
- Dicionário de Mulheres Rebeldes, de Ana Barradas
- 20 Mulheres Para o Século XX , de Inês Pedrosa
- História das Mulheres no Ocidente - Vol. I
Antiguidade, de Georges Duby, Michéle Perrot
- História das Mulheres no Ocidente - Vol. II
Idade Média, de Christine Klapisch Zuber, Georges Duby
- História das Mulheres no Ocidente - Vol. III
Do Renascimento à Idade Moderna, de Arlette Farge, Michelle Perrot, Georges Duby, Natalie Zemon Davis
- História das Mulheres - Vol. IV
O Século XIX, de Michéle Perrot, Geneviéve Fraisse, Georges Duby
- Vidas a Descobrir
Mulheres Cientistas do Mundo Lusófono, de Joana Barros
- Direitos Humanos das Mulheres, de Vários
- Mulheres Artistas nos séculos XX e XXI, de Uta Grosenick
- As Mulheres da Bíblia - Trilogia, de Marek Halter

O 10 magnífico


O 10 magnífico, a aventura de uma criança no mundo da matemática

Nesta obra de Anna Cerasoli, Fillipo, a quem chamam Filo, é uma criança cujo avô é um professor de matemática reformado que, além de adorar a sua profissão, tem saudades dos seus alunos, pelo que decide que manter-se "em funções".
Assim, o inteligente netinho (a quem ele chama “senhor jámelavo”) torna-se o seu aluno preferido, mas não o único, porque deseja partilhar o seu saber com quem lhe aparece pela frente (até uma antipática vizinha).
Para combater a ideia de que a Matemática é difícil, muito difícil, o avô de Filo apresenta os conceitos num estilo fácil, utilizando exemplos da vida quotidiana, anedotas, referências históricas e associações com a realidade, conseguindo despertar curiosidade e até despertar interesse pela matemática.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Alice no País das Maravilhas

Alice no País das Maravilhas, do realizador Tim Burton, estreia hoje, em Portugal. Agora com 19 anos de idade, Alice regressa ao mundo mágico da sua aventura de criança, reencontrando os seus amigos e descobrindo o seu verdadeiro destino: acabar com o reinado da Rainha Vermelha, a rainha do terror.
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A não perder!

Eu espero...

Eu espero..., de Davide Cali e ilustrações de Serge Bloch, é uma comovedora metáfora da vida, vida sempre feita de alegrias e tristezas, vida sempre feita de "esperas". Nesta obra, acompanhamos o crescimento e os desejos de um menino, desde a infância até à velhice, indo das suas (nossas) vontades mais simples (que o bolo esteja cozido, por exemplo) aos seus (nossos) sonhos mais profundos (que a guerra acabe).